Se você já viu em algum lugar ou ouviu falar sobre o profissional clicherista, mas não sabe muito bem do que se trata, saiba que você não é a única pessoa.
Geralmente o profissional fica “escondido” no processo de impressão gráfica de uma empresa. Porém, a função desempenhada no gerenciamento e criação dos clichês é crucial para que a empresa entregue os pedidos dos clientes.
Então, se tudo isso parece confuso demais, não se preocupe. Convido você a descobrir tudo sobre essa profissão, a margem de ganho e como entrar no mercado. Veja só!
O que faz um clicherista?
O clicherista é o profissional que trabalha com clichês. Por sua vez, o clichê é uma placa ou molde criado num material flexível, que recebe uma gravação em relevo, podendo ser desde nomes, imagens, informações, desenhos, entre outros.
A partir daí essas placas finalizadas podem ser impressas por meio de prensas automatizadas. Você se lembra como os jornais vendidos em bancas são impressos, onde a folha em branco passa por bobinas que “carimbam” as informações?
Pois então, é mais ou menos assim que funciona, onde o clichê vai justamente nesse tipo de máquina só que de última geração. Dessa forma, o profissional fica responsável por pegar a arte desenvolvida pelo designer, por exemplo, e transformar no clichê imprimível.
Sendo assim, aqui já podemos entender de forma razoável que o clicherista é apenas parte de um processo complexo. Mas quando trazemos para o contexto prático, tudo fica mais fácil.
Veja a ordem de como as coisas funcionam
A sequência a seguir é generalizada, no sentido de oferecer uma visão inicial sobre o fluxo de trabalho que envolve a gravação de matriz para flexografia:
- Um profissional de designer gráfico é contratado para elaborar as peças gráficas “cruas”, vamos chamar assim.
- Após finalizada a criação das peças, o trabalho é transferido ao clicherista.
- A partir desse momento ele cria os clichês de acordo com as necessidades e especificações do trabalho.
- Como resultado, são criadas placas em relevo com todas as informações necessárias para que a flexografia possa imprimir.
- Em seguida, os clichês são direcionados à empresa que fará a impressão gráfica de flexografia, e isso pode acontecer dentro da mesma empresa.
- Por fim, o setor gráfico executa a impressão seguindo os pedidos e o produto é então entregue ao cliente.
Todo esse processo pode ser feito de forma fragmentada, ou seja, a gráfica pode contratar um designer e clicherista independentes. Com isso, finaliza a impressão e entrega o trabalho ao cliente.
Entretanto, em clicherias maiores os processos são todos de responsabilidade da mesma empresa, isto é, desde a concepção das artes, à geração dos clichês e impressão. Como resultado, há ganhos de qualidade, visto que é possível controlar cada aspecto das etapas!
3 segmentos de impressão que precisam de um clicherista
1. Demandas da flexografia
Lembra que mencionamos a impressão contínua há pouco? Então, a flexografia consiste na impressão com etiquetas em bobinas.
Cada tipo de impresso só é possível por causa da matriz (clichê) criada num material sintético, onde as informações, gravuras e demais elementos são gravados em relevo e, então, passadas para materiais como plástico, papel e laminados.
2. Demandas da tampografia
Já a tampografia é conhecida por usar os clichês em baixo relevo, principalmente por conta da impressão em superfícies altamente irregulares, como em objetos tridimensionais:
- Brindes
- Relógios
- Brinquedos
- Canetas
- Vidrarias
- Eletrodomésticos
3. Demandas de hot stamp
Por último, temos a hot stamp, que nada mais é do que a marcação de estampa quente, trabalho também encontrado no negócio de estamparia. A grande diferença aqui é que o clichê não recebe nenhuma tinta. Na realidade, a aplicação com fita foil é um bom exemplo.
Dessa maneira, a pessoa utiliza uma configuração pré-determinada de letras e caracteres, que são encaixadas e aquecidas em um ferro de solda. A aplicação pode acontecer em carteiras, bolsas e todo material sintético parecido com o corino.
Quanto ganha um gravador de matriz para flexografia?
Primeiramente, é fundamental entender que o mercado é restrito de certa forma, não no sentido de alta concorrência, mas sim quanto à quantidade de empresas que procuram esse profissional.
A maior ocorrência de empregabilidade fica na região sul do país. Se bem que aos poucos estados como São Paulo e Minas Gerais têm crescido na área.
Dito isso, é válido frisar que o salário pode variar, a depender do nível de conhecimento, profissionalismo e, sobretudo, de experiência.
Outro fator que influencia no cenário é o formato de trabalho, ou seja, se o profissional procura trabalhar com carteira assinada ou de forma independente.
Estimativa de ganhos para o profissional com carteira assinada
A estimativa média, para uma carga horária de 44 horas, fica entre R$1.560,00 a R$3.000,00. Só que daquela forma, tudo depende da experiência, diferenciação profissional e disposição para se tornar indispensável à empresa.
Além disso, deve-se considerar também que as empresas costumam oferecer certos benefícios, como: vale-transporte, vale-alimentação, convênios, férias e tudo mais que está previsto na lei.
Quanto ganha um clicherista independente?
Costumo dizer que a independência no trabalho, ou seja, o trabalho autônomo, oferece mais liberdade para o profissional criar sua carga horária. Aliás, até mesmo a margem salarial pode ser mais “elástica”.
Entretanto, é um cenário de maiores riscos, pois você não está resguardado, por exemplo, em dias que a demanda está fraca, concorda? Inclusive, é um contexto em que o profissionalismo e a experiência se tornam fundamentais para o sucesso.
Em se tratando de salário, podemos assumir duas projeções salariais:
- Disponibilidade mensal de 120 horas: assumindo uma carga horária diária de pouco mais de 5 horas, é possível estipular um ganho mensal de R$2.400,00.
- Disponibilidade mensal de 160 horas: já nessa carga horária que beira 8 horas diárias, os ganhos ficam entre R$3.500,00 a R$3.800,00.
Ainda assim, vale ressaltar que esses valores estão condicionados também ao tipo de trabalho e à qualidade apresentada. Afinal, são fatores que refletem na precificação de qualquer serviço!
DICA EXTRA: considere também o valor de investimento inicial, geralmente com aquisição de equipamentos e capacitação profissional em cursos na área. Com isso em mente, os gastos iniciais ficam em torno de R$800,00 a R$1.000.00!
O que é preciso para trabalhar na área da clicheria e se destacar?
Que tal falarmos sobre as atribuições esperadas para o cargo? Em geral, um clicherista é responsável por:
- Gravação de matriz, manual ou em processadoras.
- Contribuir na elaboração e execução de projetos.
- Limpeza de equipamentos.
- Análises das ordens de serviço, e execução a partir desse direcionamento.
- Operação de processo de tratamento de imagem quando necessário.
- Realização de programação visual gráfica.
Toda experiência é um diferencial para seu currículo. Contudo, se eu tivesse que passar duas dicas valiosas, seriam:
- Invista em se diferenciar como profissional, criando projetos únicos e personalizados.
- Procure desenvolver a originalidade do trabalho, para que a percepção dos clientes e do empregador seja satisfatória.
Não deixe de legalizar sua atuação independente como MEI
Para fecharmos com mais uma dica bacana, caso você decida trabalhar como clicherista independente, o ideal é recorrer à legalização como Microempreendedor Individual (MEI).
Além de ajudar você a formalizar o negócio, permite a emissão de nota fiscal, te resguarda dos direitos trabalhistas, oferece tributação simplificada e linhas de crédito para planejar e executar o crescimento do negócio. Acesse o Portal do Empreendedor para mais informações!
Espero muito que tenha gostado das minhas dicas, não deixe de compartilhar para que mais pessoas descubram essa profissão promissora e até a próxima!